- Prurido (coceira)
- Vermelhidão
- Descamação
- Alteração da cor da pele – fica mais clara (hipocromia) e, com o passar do tempo pode ficar escura (hipercromia) devido à alteração da pigmentação pela melanina.
O desenvolvimento da dermatite de contato, imunologicamente falando, consiste em duas fases, a sensibilização, que é deflagrada pelo contato da pele com os químicos do meio ambiente (haptenos) e depois, a elicitação, quando há a reexposição a este hapteno. Assim, o teste de contato (Patch test) estimulará uma resposta de memória, denominada reação de elicitação, propiciando o diagnóstico.
Desta forma, só temos alergia àquilo que entramos em contato, mais de uma vez.
Os haptenos são capturados pelas células apresentadoras de antígenos (APCs), transferidas para os linfonodos e apresentadas para células CD4 e CD8, que iniciam a proliferação. Esta fase ocorre entre 8-15 dias, e não há manifestação clínica. Na fase efetora, quando a célula T específica para o hapteno é estimulada, ocorre a reação na pele, e pode acontecer após 2 a 3 dias. Nos idosos, a diminuição da função de barreira da epiderme e a exposição repetitiva ao alergeno aumenta e pode predispor à alergia de contato.
A idade é um fator importante determinante da alergia de contato. Trabalhos mostram que a doença é mais prevalente em adultos (21,4%) do que em crianças (16,5%) e a análise dos haptenos individualmente mostrou um padrão específico relacionado à idade. Por exemplo, o níquel apresenta um pico de prevalência na vida adulta que diminui com o avançar da idade. Ao contrário da prevalência de alergia de contato às fragrâncias, que aumenta com os extremos da idade.
Dermatite de contato no idoso
Dentre as doenças alérgicas de pele que acometem o idoso, citamos a dermatite de contato alérgica (DCA).
Aos 70 anos, as substâncias mais prevalentes são preservativos como Kathon CG e metildibromo glutaronitrilo. Apesar desta variação poder ser parcialmente atribuída pela diferente exposição aos haptenos ao longo da vida, evidências sugerem contribuição do envelhecimento do sistema imune e adaptativo a esses fenômenos.
Barreira cutânea
As células T regulatórias (Treg) participam na modulação tanto da sensibilização quanto da elicitação de reações das alergias de contato. Previnem a sensibilização e mantêm a a tolerância para determinados haptenos em algumas condições de exposição contínua a baixas doses, também chamada de zona de baixa tolerância (“low-zone tolerance”).
Padrões de dermatite de contato ao longo da vida possuem uma interação complexa entre o envelhecimento da barreira cutânea e do sistema imune. A diminuição de resposta efetora de célula T para determinados haptenos, como o níquel, parecem contribuir para a diminuição das reações de sensibilização e elicitação nos idosos. O papel doas células T Reg é mais complexo e estudos clínicos observacionais podem inferir a sua contribuição na diminuição de respostas reguladoras para o aumento da prevalência de determinadas reações de alergia de contato que ocorrem no envelhecimento. Estudos nesta área certamente serão mais esclarecedores no futuro.
As principais características do envelhecimento da pele são secura, atrofia, elasticidade e irregularidades de pigmentação. Estas consequências de devem a processos multifatoriais incluindo componentes extrínsecos e intrínsecos. Fatores hormonais e genéticos, além de substâncias metabólicas podem influenciar o envelhecimento fisiológico. Agentes do meio ambiente como exposição solar, nicotina, trauma mecânico repetitivo e poluição também contribuem para o processo de envelhecimento.
O especialista estará atento à dermatite de contato em todas as idades, proporcionando os exames necessários – baterias de contato – correspondentes às substâncias com mais chance de dar alergia em cada faixa etária.
Assista o vídeo da Dra Natasha Ferraroni sobre Dermatite de Contato Alérgica: